É urgente retomar a comunicação nos espaços públicos. As paredes não devem permanecer caladas ante o avanço das propagandas controladas pelos interesses econômicos de quem mantém o mundo nas atuais relações injustas de exploração e dominação.
A arte de rua é um meio para começar a falar e liberar mais espaço para uso humano. Ao escrever e criar arte em edifícios privados, damos luz a uma linguagem humana que não pode ser dominada ou explorada para fins lucrativos. A arte urbana fala da escuridão onde nada é visível à superfície e trás à luz coisas que muitos fingem não ver, ela vocaliza os pensamentos e imagens dentro de nossos corações e mentes, trancadas pela sociedade do encarceramento. Ela torna coerente nosso desejo urgente de lutar contra o estrangulamento de nossas vidas diárias, de ter nosso tempo de volta.
Talvez o brilho dessa forma de cultura não esteja em palavras, imagens específicas, na técnica ou em quantas pessoas às veem por quanto tempo, mas mais no processo de pessoas se juntando ao redor de algo puro como a paixão de criar, re-conhecendo umas às outras e reaprendendo o que querem e dizendo isso.
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